Expedição América do Sul - 3ª e Última Parte - (Página 2/2)


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  * 61° e 62° DIA: 17 e 18/10/2018
     Ollantaytambo - MACHU PICCHU - DETALHADO

Machu Picchu - A Saga, tudo sobre esse grande triunfo.

Bom, essa parte é mais especial, vai ter mais leitura devido à quantidade de informações sobre esse que é considerado um dos maiores e mais complexos pontos turísticos na América Latina.
Vou começar relatando como foi comigo e dando as dicas, depois mais ao final explicarei sobre todos os métodos para chegar até aqui, do mais caro ao mais barato, do mais rápido ao mais lento, cansativo ou não, etc.

Vamos lá.
Saí de Ollantaytambo hoje cedo com mais 2 amigos argentinos que conheci aqui mesmo, gente boa eles, o Luís e o Esteban. Ontem mesmo já havíamos conversado em Ollantaytambo, eles chegaram depois de mim e eu fui ao encontro deles, dei a ideia de juntar nós 3 no hostel de lá, combinamos com a dona que iríamos deixar as nossas 3 motos e bagagens lá no hotel dela, ela fez tudo por 20 soles somente, uns 8 reais por pessoa, para 2 dias. Ótimo. Um problema a menos.
Pegamos a Van por 35 soles que vai até a hidroelétrica, para lá de Santa Teresa. Nisso já economizamos o táxi de Santa Teresa até a hidroelétrica, pelo caminho, um show de estrada, mas eu já estava tão acostumado com Serras e Montanhas que é só mais uma para mim. Mas não deixa de ser um espetáculo, principalmente na Abra de Málaga, 4330mts. Show. Muito zigue-zague pelo caminho, muito sobe e desce, como todas que já passei pelos dias anteriores. Tudo asfalto, até Santa Maria. Depois de Santa Maria, tem 22 km de Off-Road, uma estrada não muito boa, com trechos onde só passa 1 carro por vez. Uma Estrada da Morte. Um percurso muito bonito também. Até aqui não me arrependi de não ter vindo de moto, economizou gasolina e muito desgaste da moto e mais na frente, deu até melhor que isso!
Bom, chegamos em Santa Teresa, um dos vários Pueblo base para Machu Picchu, muitos turistas aqui também, pois muitos vem de moto/carro até aqui, deixam num hotel como fizemos em Ollantaytambo, pega um táxi até a hidroelétrica e vão a pé ou de trem para AguasCalientes (Machu Picchu Pueblo).
A Van nem parou, passou direto para a hidroelétrica, um show de engenharia, muitas cachoeiras escavadas por dentro das montanhas, massa. Rendia altas fotos, mas dentro da Van era difícil, é a parte ruim.
Logo na hidroelétrica, pediram passaporte, não levei, mas CNH serve.
Descemos todos e aqui há 2 opções para chegar à AguasCalientes (Machu Picchu Pueblo), por trem de ferro que custa 33 dólares, ou ir caminhando por 12 km rio acima, pela linha do trem. O negócio é economizar, pois sei que terei muitos gastos caros por lá. Machu Picchu não é um turismo barato.
Até que não é ruim, há muitos turistas fazendo o mesmo, um caminho espetacular dentre às montanhas e rio.
Como minha bagagem ficou lá no hotel em Ollantaytambo, eu trouxe numa bolsa pequena, só o necessário para 2 noites em AguasCalientes, tragam o mínimo mesmo, até a água foi de 1lt, nada de supérfluo, pois cada coisinha vai pesar muito na longa caminhada, que pode haver chuvas, frio ou muito calor, como no meu caso. Compre uma capa de chuva em Ollantaytambo, vendem muito por lá, aquelas baratinhas mesmo, quase descartável, repelente e protetor solar é uma boa levar. Se houver chuva, vai estar preparado. Também me falaram para comprar comida, pois só teria em AguasCalientes e seria muito caro, bobagem, nada disso. Pelo caminho a todo momento tem tiendas que vendem de tudo, é só um pouquinho mais caro, não precisa carregar uma geladeira. 3 horas depois, chegamos em AguasCalientes (Machu Picchu Pueblo), uma forte dor nas pernas, muito cansado, eu e Esteban. Mas economizamos 33 dólares.
Uma cidade base mais próxima à Machu Picchu, muito estruturada e muito linda, há tantos Hostels e hotéis de luxo que nunca vi igual (movimentação de helicópteros por aqui é grande), tem mais restaurantes e lojinhas de lembrancinhas que gente, wowww, nunca vi algo tão cheio de vida e bonito assim. Uma linda cachoeira corre por dentro da cidade! (aqui já tinha certeza que seria uma das mais lindas cidades pueblos que vai marcar minha mente para sempre).

Vamos as prioridades:
Fomos atrás de ingressos para entrar em Machu Picchu, A Cidade Perdida dos Incas, lá em cima das montanhas. Vende bem na Plaza principal, na prefeitura mesmo. Caríssimo: R$ 190 reais a entrada (154 soles), não aceitam cartão de crédito. E só tinha para a parte da tarde, de manhã já havia esgotado.
Depois, outro problema, como chegar lá em cima, há 2 formas, ir a pé, subindo e escalando a montanha íngreme por 9 km ou pagar 24 dólares para ir de micro ônibus. Tá, o negócio é economizar, mas não dava para caminhar isso tudo e ainda mais montanha acima, inviável, realmente temos nossos limites. O jeito é gastar. Aceitam cartão de crédito, mas foram 25 dólares.
Pronto ingresso e ônibus até lá para amanhã comprados, agora é ir atrás de hostel. Essa foi fácil, não precisa de garagem hoje, tem de todo preço por aqui, fique tranquilo. Achei um de 50 reais. Tá bom, até que achava mais barato, mas minhas dores nas pernas... Hummm. (interessante o modo que procurar hotel ou hostel quando não se precisa de garagem para moto, tudo é mais fácil, deu vontade de ser mochileiro kkk)
Acabou? Não. Temos que estudar a volta para Ollantaytambo. Da mesma forma que viemos, dava para voltar, mas tem outra opção que sempre achei fascinante, e queria muito viver essa experiência, a volta de trem!
Aqui há 2 empresas que operam, uma abaixo na cidade tem valores de 45 à 87 dólares, depende o horário para voltar à Ollantaytambo, mas os preços baratos eram só para noite, não dá!
Inviável, muito caro, é muita grana, aff. Ficamos horas pensando como fazer, porque senão teríamos que pagar 1 diária a mais no final das contas. Descobrimos que tem outra operadora de trem logo na parte de cima da cidade, onde fica um enorme "camelódromo", fomos lá e achamos o trem para depois de amanhã, às 9h, por 55 dólares, aí já animou mais, pois poderia ver tudo de dia por um preço mais em conta. Mesmo sendo caríssimo, era uma experiência incrível que queria muito viver, o tema Machu Picchu estaria completo, uma viagem de trem assim pela Cordilheira aqui seria algo inesquecível. Mais outro motivo que deixei a moto lá em Ollantaytambo ao invés de vir para Santa Teresa, a possibilidade de voltar de trem, e deu certo. Passei o cartão de crédito e tudo ok agora! Ufa, quanta canseira! Faz parte. Agora é comer algo, por aqui não é difícil, tem muitas opções, esse momento é muito mágico kkk. Depois voltar ao hotel, descansar essa perna para amanhã, o grande dia!














































SEGUNDO DIA:
O DIA "D" - O AUGE DE TODA EXPEDIÇÃO!

Acordei, como o ônibus só sai às 11h, fui bater perna pela cidade de AguasCalientes, de todas que já fui, aqui eu mais gostei. Comprei 2 gorros de Machu Picchu para casa, fui tomar um café que aqui tem demais devido aos inúmeros turistas e logo fomos (com os amigos argentinos) pegar o ônibus para subir à Machu Picchu, está chegando a hora!
Levei muito pouca coisa, só capa de chuva descartável, bateria gopro, gorro... Nem água, blusa de frio eu levei, o tempo estava bom.
Pelo caminho zigue-zague muito longe, vi que valeu a pena o investimento de 25 dólares ao invés de subir a pé, muita gente vai e volta a pé, olha... não é fácil, não mesmo.
Chegando lá ao meio dia, a desorganização da entrada, muita gente, o Planeta todo aqui kkkk. Fazendo uma conta básica, só de entrada ao complexo, o governo arrecada 1,2 milhões de soles por dia! É muita grana, para o turista ser tão explorado e o acesso ser tão caro e difícil assim. Merecia mais reforço aqui. Não que seja ruim, claro que não, mas fazer o povo sofrer tanto para chegar aqui é muito descaso, sendo que uns 40 milhões de reais por mês dava não só para manutenção, mas investir mais no turista! Apesar de que o europeu não reclama, uma prova disso são os vários hotéis 5 Estrelas aqui! Mas "nós outros".... Não reclama não kkkkk, paga ou volta para casa.
Depois que entramos, fila para subir a trilha, logo Machu Picchu começa a se mostrar, meu Deus!

"Nada é tão importante quanto a realização de um sonho, com esforço de um trabalho honesto."
Sim, estou devendo dinheiro, tenho uma dívida para pagar quando chegar em casa.
Mas, não é por dinheiro que vivo.
Meus sonhos não tem preço.
Vou trabalhar, pagar tudo e fazer novamente.
Mas nunca irei esquecer que momentos assim duram para toda vida, e o que levamos para o Plano Espiritual não é dinheiro.
Deus sempre no comando, podemos tudo.
Obrigado Senhor por mais essa conquista. 
É indescritível aqui, a energia positiva, a história inca, as construções... Inexplicável! Definitivamente, precisa de pelo menos 2 dias aqui. 1 dia só não vê tudo, mas fiz o que pude, caminhei muito, fiz muitas fotos e vídeos, não fui ao tal portal do sol, mas valeu muito a pena explorar aqui. Uma dica aqui é que você vai sempre caminhando por uma trilha, tem os pontos de paradas e fotos, mas não se pode voltar, só seguir, então aproveite onde está! Há lhamas por toda parte, mansas. Top.
Fui caminhando e aproveitando algumas dicas e histórias que os muitos guias dava para os grupos diversos. Show demais, conhecer o Marco Cardeal, como calculavam as datas, chuvas, épocas de plantio, as engenharias perfeitas das pedras, canais, como no alto da montanha há uma fonte de água, etc. Um mundo inexplicável. Até que segui por toda parte e já era a saída, infelizmente estava acabando. Levei 03:30h para toda caminhada. Na hora de pegar o ônibus para descer, cai chuva, muita chuva, putz, que sorte a minha! A descida também seria punk se não tivéssemos pago o ônibus, debaixo de chuva e muito íngreme. Cheguei de volta ao Pueblo às 16h, hora de arrumar as fotos e vídeos, descansar um pouco, banho e aproveitar as últimas horas na linda noite dessa cidade fantasia!

Machu Picchu "velha montanha", também chamada "cidade perdida dos Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru.
Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas.
Consta de duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a urbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais. A disposição dos prédios, a excelência do trabalho e o grande número de terraços para agricultura são impressionantes, destacando a grande capacidade daquela sociedade. No meio das montanhas, os templos, casas e cemitérios estão distribuídos de maneira organizada, abrindo ruas e aproveitando o espaço com escadarias. Segundo a história inca, tudo planejado para a passagem do deus sol.
O lugar foi elevado à categoria de Patrimônio mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interação com o turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru. A organização suíça New Open World Corporation, classificou Machu Picchu como umas das sete maravilhas do mundo moderno. Há diversas teorias sobre a função de Machu Picchu, e a mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objetivo de supervisionar a economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano Inca e seu séquito mais próximo, no caso de ataque.
Uma cidade de pedra construída no alto de um istmo entre duas montanhas e entre duas falhas geológicas, em uma região submetida a constantes terremotos e, sobretudo a constantes chuvas o ano todo apresenta um desafio para qualquer construtor: evitar que todo o complexo desmorone, o segredo da longevidade de Machu Picchu é seu sistema de drenagem. O solo das áreas não trabalhadas possui um sistema de drenagem que consiste em capas de pedras trituradas e rochas para evitar o empoçamento da água das chuvas. 129 canais de drenagem se estendem por toda a área urbana, feitos para evitar a erosão, desembocando em sua maior parte no fosso que separa a área urbana da agrícola, que era na verdade o deságue principal da cidade. Calcula-se que 60% do esforço construtivo de Machu Picchu estava em fazer as cimentações sobre terras que já sofreram terraplanagem com cascalho para uma boa drenagem das águas em excesso.
Existem sólidas evidências de que os construtores tiveram em conta critérios astronômicos e rituais para a construção. Na verdade, o alinhamento de alguns edifícios importantes coincide com o azimute solar durante os solstícios de maneira constante e com os pontos do nascer-do-sol e pôr-do-sol em determinadas épocas do ano, e com o topo das montanhas circundantes.
Há muito mais na Internet sobre toda essa fantástica Machu Picchu!

Mas vai ficar inesquecível em mim, o dia que conheci A Cidade Perdida dos Incas!
Amanhã, outra experiência maravilhosa, viajar de trem de volta à Ollantaytambo, pelas montanhas, um sonho completo!
Um fato: Vou voltar aqui, sempre que puder!























































  * 63° e  64°DIA: 19 e 20/10/2018
     Ollantaytambo - MACHU PICCHU - Cusco - 80 km
Acordei com uma tristeza: de ter que sair da cidade fantasia Machu Picchu Pueblo (AguasCalientes), acho que gostei muito daqui porque (também) não tem carros e motos aqui, ainda bem, a cidadezinha agradece, os espíritos Incas também!
Eu calculo para se ficar bem aqui, uns 3 dias no mínimo, 5 são ideais. Não se esqueça que lá em cima da cidade há um clube de águas quentes, 20 soles, por isso o nome AguasCalientes!
O trem para Ollantaytambo sai às 9h, mas antes um café da manhã no Mercado Central, um show de regionalismo, amo muito tudo isso! Ver esse povo comer arroz com caldo de galinha, carne, batata frita com creme de frutas... Muito estranho kkkkk. Mas achei meu café com pão por 4 reais!
Partimos para o embarque do trem para Ollantaytambo, isso me custou 55 dólares, realmente, muita grana, mas sabe daquele ditado: "O que é um peido para quem tá cagado?" kkkkk, financeiramente sim. Mas eu tinha que encerrar uma das melhores experiências da minha vida com chave de ouro, voltar de trem pelas lindas montanhas, outra experiência que nunca vou esquecer. Nesse trem que é o mais barato, também tem carrinho de cortesia de lanche, show. Uma pena durar só 2 horas! Outro bom motivo para ter deixado a moto lá em Ollantaytambo e não em Santa Teresa!
Fiz uma gravação no Wikiloc, quem quiser, segue: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trem/machu-picchu-peru-de-trem-aguas-calientes-ollantaytambo-29752683

Então, chegamos em Ollantaytambo, fomos ao hotel pegar as motos, arrumar as coisas e partir hoje ainda para Cusco, outro ponto turístico da grande região de Machu Picchu. Assim que saímos a moto do Luís deu pau, retificador, ficamos lá tentando resolver, mas chegamos a conclusão que seria melhor eu seguir e vir arrumar um hotel para quando eles chegarem aqui ser uma canseira a menos. Eles ficaram lá consertando, logo arrumaram.
Vim para Cusco, foi só 80 km hoje, (caminho por Chinchero é melhor, tudo asfalto), um show de estrada pelo caminho também. Cheguei cedo aqui em Cusco, cidade grande, periferia muito feia, o esquema é ir para Plaza de Armas, aí sim tudo mudou. Um centro histórico muito legal e bonito.
Fui à parte chata do dia, procurar hotel barato com garagem, aff, como isso é chato, porque aqui só hostel sem garagem (Cochera ou Parkeadero), até que achei um, mas a moto durante o dia fica na rua e a noite tem que tirar os baús laterais e guardar no corredor. Sem falar que foi 60 soles, mas já tinha andado tanto que fiquei nesse mesmo "Hotel Conquista", o bom é que fica perto da Plaza de Armas, da para caminhar por todo centro histórico. Vou ficar 2 dias aqui, pois será meu adeus à Machu Picchu, e também que preciso fazer uns vídeos, lavar roupas, dar uma olhada na moto, ver roteiro, etc.
Fui caminhar para Plaza e achei outro hotel mais barato e com garagem, aff, que grilo. Mas reservei 2 para os amigos argentinos, melhor, Hotel Caceres, fiquem nesse, é melhor e mais barato. Sempre há hotéis e hostels com garagem, tem que ter paciência para procurar. Por isso gosto de cidades pequenas. Depois fui caminhar, muuuuuuiiito, top aqui.
A noite fomos comer num lugar legal, de frente a Plaza, tem uns restaurantes que são interessantes, alguns tem buffet de salada à vontade, daí você pode pedir algo barato e atacar nas saladas. Aprendi agora, vou nos restaurantes que tem buffet de salada hehe.

Segundo dia em Cusco:
Acordei muito bem, quando o hotel é escuro, sossegado e 3 cobertas, é uma maravilha, uma pena ter a canseira da garagem, tive que tirar baús laterais para entrar no corredor, hoje no segundo dia já não aceitaram guardar no corredor, tive que levar de noite para uma garagem 2 quadras abaixo e ainda vão me cobrar 3 soles... Aff. Mas tá bom.
Fui bater perna pela cidade hoje, andei até arder as pernas. Fui tomar café num lugar com música clássica, nunca vi no Brasil, sempre procurei isso, foi um momento mágico. Depois fui comprar lembrancinhas baratas e pequenas para levar.
Fui conhecer um lugar muito legal aqui em Cusco, a pedra de 12 angulos, num muro ainda original Inca, que serve para sustentar o muro de um antigo Palácio Inca, mas a história vai bem além disso, esse muro (que não se pode tocar), foi feito a milhares de anos, um trabalho que nenhum engenheiro consegue explicar, sinistro esses Incas. Lá sempre tem um guia que fica explicando para os turistas e depois cobra.

Cusco significa Umbigo do Mundo, tem 300 mil habitantes, situado no Vale Sagrado dos Incas, tem uma periferia feia, mas o enorme Centro Histórico que não consegui ver tudo, é lindo demais. Está muito frio e chuva fina aqui, mas não tira em nada a beleza da cidade! Para comer bem e barato, procure os restaurantes que tem buffet livre de saladas, assim você pede algo barato no menu e dá-lhe brasileiro.
Uma coisa bem chata aqui em Cusco, são as constantes coação de gente oferecendo massagem, mas são muitos mesmo, é bem irritante isso. Alguns também oferecem maconha. É o que estraga o turismo.

VAMOS SOBRE MACHU PICCHU, para encerrar:
Bom existe várias formas de se chegar a Machu Picchu, das mais cara a mais barata, da mais fácil a mais difícil, eu relatei a minha forma de como eu cheguei até lá e acredito que é um dos melhores meios para se chegar lá.
Há outras opções, como por exemplo você poderia ir de carro ou moto até Santa Teresa, alugar um hotel lá para deixar as bagagens e a moto na garagem, pegar um táxi para hidroelétrica, ir a pé até Machu Picchu Pueblo.
Tem outra opção que você pode ir de moto até a hidroelétrica, deixar a moto lá com bagagem tudo, a "Deus Dará", não tem ninguém para vigiar, mas eu já vi que algumas pessoas fizeram isso, acampar lá na hidroelétrica (pois já vai estar final do dia), dorme lá e no outro dia cedo vai para Machu Picchu Pueblo a pé, e a moto fica na hidroelétrica, mas lá não tem hotel, não tem nada, aí você tem que pensar como vai fazer com a sua bagagem, é o modo mais barato para se chegar, em AguasCalientes pode ir e voltar a pé de Machu Picchu para economizar os 24 dólares do ônibus também...
Você pode também ir de trem de Ollantaytambo até Machu Picchu Pueblo e economizar toda essa canseira, mas vai pagar mais caro no trem, coisa de 85 dólares (veja no site do Peru Rail, pois tem várias categorias de trem).
Outra opção também é que as pessoas vêm até Cusco, e aqui em Cusco contrata uma agência de viagem que leva de Van de Cusco até Ollantaytambo ou hidroelétrica, não sei o preço. Daí você pode montar como quer chegar à AguasCalientes, se de trem, a pé, pela hidroelétrica.
Acredito que ficar em Ollantaytambo seria uma das melhores opções, pois você pode ir de van sossegado sem preocupação, não precisa pagar um hotel lá em Santa Teresa e ainda volta de trem para fechar com chave de ouro toda essa fantasia, ou se não quiser vir de trem pode ir a pé até a hidroelétrica, pegar uma van e voltar para Ollantaytambo, como foi na Ida.
E uma outra opção para os mais Brutus, é seguir a famosa trilha Inca, de Cusco à AguasCalientes, são 4 dias de caminhada punk, há muitos fazendo isso, apesar de difícil, deve ser muito top, ou seja tem várias opções! Sugiro ver blogs e YouTubes atuais.
Os 3,5 dias de Machu Picchu, me custaram R$ 940,00 tudo.

(Mas AguasCalientes... como esquecer? que magia foi essa?) 









































































  * 65°DIA: 21/10/2018
     Cusco - Puno - 390 km
Acordei 05:30h hoje, queria chegar em Puno mais cedo e aproveitar hoje ainda. 7 graus e chuva fina putz.
A uns 60 km existe uma atração turística bem legal, Humedal, mas estava fechado, domingo.
Esse caminho para Puno é famoso por ter uma passagem complicada, chove muito, ventania forte e frio. Mas dei sorte, só frio.
Logo chego à 4000mts e tudo muda, muito lindo, chego a "Abra La Raya", muitos turistas e barraquinhas de vender souvenirs. Tirei várias fotos com lhamas.
Logo após, várias retas intermináveis à 60km/h, vento e altitude, a Tenerezza não vai fácil.
Sabia do terror de atravessar a famosa Juliaca, uma das cidades mais caóticas para passar, logo chego nela, mas como é domingo, ajudou muito! Foi tranquilo.
Chego em Puno às 15h, ótimo, tá cedo ainda.
Cidade muito grande e feia, não é como as demais que você pode ir para Plaza de Armas e fica tudo lindo, aqui até a Plaza de Armas é feia, fui procurando hotel, nada. 99% não tem garagem, lugares feio.
Achei um depois de hora, 40 soles, "Hostal Su Casa LALYZ".
Isso já era 16:30h, quando consegui chegar ao cais onde fica o Lago Titicaca (o lago em maior alto no mundo) um lugar turístico muito famoso, pelas ilhas, já eram 17h, não dava tempo para ir nas ilhas, também não vi nada de mais não, não me convenceu aquilo lá não. Vou deixar para outra oportunidade. Já vi e fiz tanto turismo que ver as ilhas e as lindas mulheres culturais te cobrando 5 soles por cada foto que não vou dar...não...
A noite peguei um tuk-tuk para ir ao centro comer algo, andar de tuk-tuk é muito massa, 3 soles, tá bom.
Amanhã, a chatice de aduana novamente, câmbio, passaporte, permisso, etc. Bolívia, tamu indo! 






































 * 66° e 67° DIA: 22 e 23/10/2018
     Puno - La Paz (Bolívia) - 290 km
Cedo novamente, já saí procurando café, oh peregrinação, ainda bem que é o último dia de falta de café no Peru. Fui costeando o Lago Titicaca, nada de mais.
2 horas depois, tive uma ideia com relação ao café. Num pequeno Pueblo, parei numa mercearia, pedi para uma senhora uma água quente num copo, comprei dela um café sache solúvel e umas bolachinhas, pronto, tava ali um café da manhã top e barato, num pequeno Pueblo do Peru, show. Pelo caminho, muitas crianças, adoro essas crianças, uma pena só poder dar balões para alegrar um pouco...
Fui à caminho de Desaguadero, aduana. Uns 20 km antes uma inesperada tempestade de gelo, por uns 5km, não deu tempo nem de colocar capa de chuva.
De primeira marcha, os 2 pés no chão, a moto sempre querendo tombar, escorregava muito...
A dor? Insuportável dores nos pés e mãos.
Não me pergunte como tinha gelo dentro das minhas meia!!
A dor é psicológica, é necessário controlar para não cair. Uma carreta quase bateu na traseira, Peruanos são loucos para dirigir!
Mais uma experiência dolorida, mas como todas experiências, são válidas, não ligo para meus pés roxo de dor, e vão doer por dias, mas vou amar isso por muito tempo kkkk.
"Não tenha medo da morte, mas da vida não vivida."
Ainda bem que logo depois um pouco de sol para secar e minimizar a dor.
Logo chego em Desaguadero, agora mudou o processo lá, os trâmites burocráticos são integrados, feito num só lugar, mais afastado da cidade, lembre-se de não entrar na cidade. Foi muito rápido.
Novamente: carimbo de saída do Peru no passaporte, carimbo de entrada na Bolívia no passaporte e depois pega a moto e vai num outro lugar dar saída do Permisso do Peru e fazer o Permisso da Bolívia. Muito simples e rápido.

DICA: Quando entregar o Permisso do Peru, a moça vai carimbar e assinar. Pede para ela para você tirar uma foto, porque se daqui uns anos você voltar ao Peru e por algum problema eles não tiverem lançado no sistema aquele Permisso de saída, a multa é caríssima e não se pode entrar. Assim você tem como provar.
Mesma coisa com Permisso da Bolívia, tire fotos de todos os documentos que ir pegando. Outra coisa, pegue o Permisso da Bolívia e confira fielmente cada dado. Há registro de gente que teve muito problema pois o cara na aduana lançou um número errado no chassi da moto. Para entrar na Bolívia não precisa seguro obrigatório, só se passar de 1 mês, daí você precisa se informar.

Feito isso, vamos fazer o câmbio. Não faça no primeiro que encontrar, na porta da aduana estavam pagando 1,80 bolivianos por 1 soles. Dentro da cidade, existe a aduana antiga, ali há muitos cambistas. Fiz ali por 2,13. Top demais.
Saí com direção a La Paz, mas antes passei em Tiwanaku, muito show a história ali, pedras milenares com cortes precisos que ninguém soube explicar até hoje. Mas não entrei nos principais não, tinha que pagar 30 reais, não...
Sigo, La Paz à vista. Wowww que isso, que cidade feia e caótica, nussss, quanta desorganização, caos e caos no trânsito. Nunca vi igual. Mas o Alfredo Souza estava me esperando, vou ficar 2 dias aqui com ele no mesmo Hostel. Demoramos muito para chegar no hostel. Trânsito louco sem lei alguma!!!
No caminho fomos abastecer, aqui na Bolívia é diferente, estrangeiros pagam muito mais caro, mas coisa de 4,77 o litro, não muito diferente do Brasil. É uma chatice, pois antes de abastecer precisa preencher dados da moto, fazer ficha, etc... Isso tem dado alguns relatos de problemas pelas redes, alguns dizem que não conseguem abastecer em alguns postos, não vendem para estrangeiros e pronto. É só chamar a polícia que resolve, pois tem uma liminar do governo daqui dizendo que são obrigados a vender para estrangeiros... Complicado chegar nesse ponto né!
Fomos ao hostel que o Alfredo já está hospedado, ótimo, uma canseira a menos para mim, um hostel bem localizado no centro, com garagem, a vantagem dos hostels são as interações com os mochileiros de várias partes do mundo, tem um terraço muito louco, cheio de diversões, um bar, restaurante, de cara você ganha um drink coquetel quando chega, depois se fizer avaliação no Trip Advisor você ganha outro!
Loki Hostel. 44 reais, quarto compartilhado, mas estou sozinho no quarto, ótimo, é só pedir para ficar só no quarto!
A noite fomos num restaurante barato aqui do lado mesmo. La Paz, a começo não tem muita coisa legal para fazer não, é só alguns prédios antigos e muita muvuca de cidade grande. Legal é ficar no hostel mesmo. Mas amanhã vamos no teleférico, ver uma rua do Lazer, etc. Bora curtir La Paz!

* SEGUNDO DIA LA PAZ:
Lugarzinho bom para dormir, mesmo assim acordei cansado. Fomos bater perna, conhecer a tal Calle de Las Brujas, não é lá essas coisas, lugar de comprar lembrancinhas, mas tem uma coisa que me chamou muita atenção, por todo lugar se vende Feto de lhamas para fazer ritual à PachaMama (mãe terra), é muito bizarro isso, olha as fotos!
Depois voltamos ao hotel para descansar um pouco, caminhar muito assim nas altitudes cansa fácil. Mais tarde fomos ao Teleférico, foi o que salvou La Paz, uma coisa bem legal mesmo, o contraste do local com a cidade é total, um primeiro mundo dentro de de um quarto mundo, muito barato, coisa de R$ 1,50 por linha. É muito agradável, confortável e legal, dá para fazer altas fotos de cima. Pegamos 3 linhas, uma geral por cima de La Paz e descemos perto do hotel e fomos caminhando. Já procurando um lugar para fazer minha única refeição do dia. Não achamos fácil, comer na Bolívia é complicado, alguns lugares chegam a ser o cúmulo da falta de higiene, muito mesmo. Tem até uma foto aí da tia na rua lavando os pratos com a mesma água o dia todo e com a mão pega a comida e fazia carinho no cachorro de rua kkkkkk. Loucura isso aqui. Tem que estudar onde comer.
Decidimos comer no hostel, no terraço. Há um restaurante Lounge muito bom, barato e com higiene.
Mesmo La Paz sendo tão bagunça, valeu a pena, tudo vale a pena, é só questão de olhar positivo.
Obrigado ao meu grande amigo Alfredo Souza (Diário de Motochileiro), que Deus o proteja.


























































 * 68° e 69° DIA: 24 e 25/10/2018
     La Paz - Salar de Uyuni - 530 km
Sair de La Paz não foi tão difícil quanto eu tinha imaginado. Chegando em Oruro fui abastecer, no primeiro posto não quiseram abastecer, não abastecem estrangeiros, grilo isso, não vou criar caso. Por isso esse país é tão primitivo e arcaico, ainda bem que as belezas natura salva.
Mas no posto em frente abasteceram, mas cobraram o dobro.
Depois a geografia muda drasticamente, começa a região de deserto, show, muito lindo. No caminho, crianças, vamos entregar balões (preciso comprar balinhas, coitados). Chego em Uyuni, cidade base para um dos pontos principais do MotoTurismo, o Salar de Uyuni.
Fui à um hotel barato, 40 reais, a moto entra no corredor e fica na porta do quarto, legal. "Hostal Marjor", com café da manhã (sei não, não espero muito), o hotel em sí é bem fraco, quarto ruim.
Como já eram quase 5 da tarde, banhei e fui procurar informações sobre ir ao Salar amanhã.
Novamente, escolhi ir de Tour, num 4x4, com 6 pessoas.
São 200 km para rodar, o Tour vai em vários pontos do Salar, que de moto não iria porque é longe um do outro e não saberia de tudo, só os guias para saber esse emaranhado de estradas, além das visitas e explicações do guia, eles dão Almoço incluído e lanche, vai das 10 às 19h, ainda fazem as ideias das fotos em perspectivas que eles já sabem como fazer, eu sozinho não daria conta. 60 reais tudo, acaba que sai barato (só de gasolina eu gastaria 40 reais). Ótimo assim. Não tenho essa neurose que precisa ir de moto só para mostrar que é macho, estrela, melhor, etc. Estou aqui para minha melhor experiência! Meu dinheiro não é lixo!
Uyuni é mais uma das cidades Bolivianas feias, onde só o que presta é a praça central. Até para comer tem que analisar muito para não estragar seus dias posteriores com uma indigestão ou problemas intestinais! Mas nada tão difícil. É até legal aqui. Sempre há o que ver em positivo.

Salar de Uyuni (ou Salar de Tunupa) é o maior e mais alto deserto de sal do mundo. O salar é também o único ponto natural brilhante que pode ser visto do espaço. Ele serviu de guia para os astronautas da Apollo 11, que chegaram à lua em 1969. Quando os astronautas viram a planície branca pela primeira vez, chegaram a pensar que fosse uma geleira.
O salar foi formado como resultado de transformações entre diversos lagos pré-históricos. Ele é coberto por alguns metros de uma crosta de sal, que tem um nivelamento extraordinário com as variações de altitude média de menos de um metro ao longo de toda a área do Salar. A crosta serve como uma fonte de sal de cobre e de uma piscina de salmoura, que é extremamente rica em lítio. Ele contém de 50 a 70% das reservas mundiais de lítio, recurso que está no processo de ser extraído. A área grande, o céu claro e o nivelamento excepcional da superfície fazem do Salar um objeto ideal para calibrar os altímetros de satélites de observação da Terra.
Existe uma lenda Aymara (que é como são denominados os indígenas dessa região dos Andes) que diz que as montanhas Tunupa, Kusku e Kusina, que são as montanhas situadas à beira do deserto, eram pessoas gigantes. Segundo a lenda, Tunupa se casou com Kusku, mas ele fugiu para ficar com Kusina. De luto, Tunupa começou a chorar enquanto dava de mamar para seu filho. Suas lágrimas se juntaram ao leite e formaram o Salar.
Por conta dessa lenda, a população local considera Tunupa uma importante divindade e argumentam que a região deveria se chamar Salar de Tunupa, em vez de Salar de Uyuni.
E bora rodar! 


















SEGUNDO DIA EM UYUNI :
Às 10:30h o 4x4 sai, com 7 pessoas, tudo gringo, bom demais conhecer pessoas do mundo inteiro.
Olha...
Se eu tivesse ido de moto, meu turismo no Salar de Uyuni não teria sido 10% tão feliz e completo como hoje assim.
Caramba, que loucura foi hoje.
Às vezes as pessoas tem que deixar o ego de lado, de querer ir de moto só para pagar uma de Estrela ou Fodão do Motociclismo e usar o bom senso de aprimorar ao máximo o turismo em questão, de saber aplicar melhor o pouco dinheiro e tempo à favor de nosso aprimoramento e felicidade.
Começamos o Tour no famoso cemitério de trens, depois fomos a um Pueblo Colchani e de lá adentrar ao Salar.
Caramba, como nos divertimos. Eu tive um dos melhores almoços da minha vida, num lugar muito louco, onde funcionava um hotel de sal, hoje é um ponto de encontro de todos os Tours, onde todos almoçam juntos, uma miscigenação incrível de turistas do mundo todo! Comida farta e boa, carne de lhama, comi quinoa até empanturrar (isso já incluso no valor do pacote de 60 reais que paguei). Fomos em todos lugares famosos do Salar, Paris Dakar, bandeiras mundiais, Isla Incahuasi, Pescado, fizemos fotos em perspectivas muito criativas... Nunca eu teria tudo isso de moto kkkk, o guia já tem tudo preparado e carrega até os bonecos, um cara super legal, o trecho é longo e não é tão bem pavimentado.
Rodamos mais que o previsto, 300 km, no Ripio, terra ruim, sal, água salobra, etc. Muito show. Tinha hora que viajávamos por muito tempo, por estrada muito ruim, sal, buracos fundos, o carro pulava tudo, não é aquele salar lisinho não.
Até que fomos a outra ponta do Salar, onde há um alagado, dá um visual surreal de espelhamento, esperar o lindo Pôr do Sol. Aí o frio começou a castigar, caiu a temperatura drasticamente, viemos embora, muito cansado de hoje.
60 reais mais bem investidos esse!!!
"Expediciones Tambo Loma", tem foto aí, dica: Vá no banco da frente.
Uyuni tem 15 mil habitantes, começou em 1890 com a vinda de trem de ferro para transportar os minérios da região para o porto de Antofagasta e de lá para Europa, aqui é uma região mineral muito importante no planeta, esses dias está tendo uma espécie de feira comercial por toda cidade, onde os povoados da região vem tudo para cá, que rico isso!
Amanhã, entro no Chile, Deserto do Atacama por Ollague, estrada de chão, bora rodar. Vou para Calama, 


































 * 70° DIA: 26/10/2018
     Salar de Uyuni - Calama (Chile) - 420 km
Cedo, 4 graus, a moto não quis pegar por conta do frio, depois de muito tranco ela pegou, ufa.
Sobre o hotel, não recomendo, meio ruim aqui, café da manhã às 7:30h, mas a mulher só acorda 08:30h, água quente não é boa, muito barulho... Escolham outro hotel, esse Major é tenso.
Fui abastecer, sem problemas agora, o cara fez mais barato, mas sem nota fiscal, tá bom... Depois no trevo saída para Ollague, encontrei um Inglês que estava vindo do Alasca, ele tinha pegado o caminho errado e voltou para o trevo, nessa altura resolvemos ir juntos para Ollague, logo o trecho off-road porém a estrada é muito boa, até melhor que muito asfalto no Brasil, sem falar no visual, um Show, chegando em San Cristóbal fomos procurar um posto de gasolina, do outro lado da cidade, mas tinha que abastecer, pois era o único, feito isso seguimos estrada, o dia hoje não rendeu por conta de tanto visual, tantas paradas para as fotos e vídeos, muitas lagunas lindas para se ver, muitos vulcões, esse trecho merecia um troféu de trecho maravilha do mundo, logo chegamos na aduana em Ollague, primeiro da Bolívia, chegamos as 13h, porém Ficamos sabendo que fecha do meio-dia às 14:30, tivemos que esperar uma hora e meia no local, mas depois que abriu foi muito rápido, sem fila, sem muita canseira, atravessamos a fronteira e logo após, aduana do Chile, mesma coisa, foi muito rápido. Mesmo esquema das aduanas anteriores, na Bolívia: entrega Permisso (e reza para eles lançarem no sistema, pois se voltar um dia e algum infeliz não ter lançado, você nunca mais poderá entrar), carimba passaporte de saída. No Chile: carimba passaporte, faz o novo Permisso. Aqui no Chile precisa do Seguro Obrigatório Soapex, mas só faz pela Internet, meu amigo Everson Assunção, do site MotoTour.com.br, fez para mim enquanto eu estava em Uyuni, e me enviou por WhatsApp e imprimi, custou 70 reais. Também, aqui na Aduana do Chile para entrar, eles revistam tudo na moto, é proibido entrar com comida, sucos, etc. A partir daqui, tudo muda, estamos agora num primeiro mundo, atente às leis rígidas!
Feito isso vamos pegar estrada, isso já era 4 horas da tarde, pois passando para o Chile, muda o horário, é uma hora a mais, o lindo trecho, agora com asfalto, fica muito lindo, começa um enorme Salar, com um visual perfeito, logo começa a subir montanha e a ventania começa a ficar forte, nesse momento o amigo em inglês segue adiante, pois a moto dele é uma 650, e a minha não rende, tinha hora que eu andava de segunda e terceira marcha por muito tempo, nessa hora dava vontade de ter uma moto maior, em momento algum o visual ficava chato, tudo muito lindo, porém a baixa velocidade e ventania fez com que eu cansasse muito, acabei chegando em Calama 7:30 da noite, devido a forte ventania, uma cidade muito grande, foi difícil achar um hotel com garagem, ainda assim tive que tirar um baú lateral para entrar num beco, aff, fui comer alguma coisa e dormir, estava muito cansado.
Mas estou no Chile! Ufa, primeiro mundo!
Vou poder comer melhor, tomar café todo dia kkk.





























 * 71° DIA: 27/10/2018
     Calama - Antofagasta (Oceano Pacífico) - 320 km
Saí às 8h do hotel já com vontade e saudade dos Postos Copec, nossa, como fui feliz da outra vez quando passei pelo Chile, os Postos Copec tem as melhores lojas de conveniência. Fui em um, enchi o tanque com gasolina 97 (a moto tava merecendo) e fui tomar um bom café, ufa. Parti rumo ao pacífico, Antofagasta, Mãos do Deserto. Muito lindo a estrada e região. Chego ao meio-dia nas Mãos do Deserto, é minha segunda vez aqui, um dos poucos lugares na América do Sul que me exerce tamanho fascínio, uma energia positiva muito grande. Fiquei ali por quase 2 horas. Porque sempre chegava um e não dava para fazer algumas tomadas, tinha que esperar sair todos, a Lei de Murphy às vezes me detona kkkk.

Minha admiração pela vida é um tom de gratidão à Deus por mais essa passagem na Terra, que sempre toca maravilhosamente logo as primeiras notas do silêncio de momentos assim. Alguma coisa me arrasta ao sublime, extasiado, silencioso à melodia tecida em misteriosa beleza divina e inunda-me o espírito.
Reparo que o mundo não canta mais, há uma prece que atinge o sublime, somente eu e 'Ele', só isso.
Gratidão, pelo sonho.

Depois de muitas Fotos e Vídeos, parto para Antofagasta, pelo caminho uma região de mineradoras muito grande, Antofagasta, cheguei às 15h, fui pela Orla do pacífico, lindo e já procurando hotel... Olha, até agora foi a cidade mais difícil para achar um hotel, rodei muito, tudo muito caro. Só fui achar as 18h, 3h procurando hotel, aff, já cansado, Hotel Brasil, por 95 reais, o mais barato é esse, aff. Bom que é no centro, perto do Mercado Central, aproveitei e fui caminhar, conhecer os locais, e comer, 1/4 de Pollo com Papas, top.
Depois vi um grande supermercado, entrei e fui comprar umas coisas, escova de dentes, pastas, sabonetes, bom que depois no Brasil eu vou ficar usando produtos daqui por muito tempo.
Voltei ao hotel e fui dormir.






















 * 72° à 75° DIA: 28 à 31/10/2018
     Antofagasta - San Pedro de Atacama - 320 km
Já levantei com vontade de ir abastecer só para ir na loja de conveniência do Copec kkkk, café da manhã top. Achei uma no centro, e não tive pressa, fico pensando se um inteligente abrisse uma Loja de Conveniência assim numa Bolívia da vida, Peru, Equador... ficaria milionário kkkk.
Me despedi lentamente de Antofagasta e do pacífico, rumo à San Pedro de Atacama, pois saberia que a partir dali, estaria voltando para casa, rumo reto, começou a dar uma deprê. Pela estrada até Calama é bonito, mas de Calama até San Pedro, Hummmm uma delícia. Muitas paradas.
Preocupação aqui nesse trecho, novamente passei mal da Altitude, isso me preocupou pois na moto ainda não tinha acontecido, tive que me controlar muito, mais devagar e qualquer coisa, parar na hora. Foi muito desconfortável isso. Mas logo chego em casa, ops, em San Pedro de Atacama, mais precisamente no Hotel Corvatsch, oh saudades daqui!
Nunca fui tão bem recebido num hotel assim, por isso que sempre falei que aqui no Corvatsch em San Pedro de Atacama não tem aquele negócio de cliente empresa, a relação é de amigos mesmo. Uma vez aqui, sempre volta como parte da família.
Como é bom revê-los, meus amigos Idiana Gomes, Alberto Mostajo Cortes, e Andressa, agradeço por me acolher tão bem assim. Depois que cheguei ela me chamou para almoçar uma feijoada, eu pirei, nussss, comer comida de verdade depois de 70 dias, wowwww, isso foi inesquecível kkkk.
* Estou preparando uma surpresa para eles também kkkk me aguarde. E vou relatar depois para vocês porque aqui é tão especial para nós Motociclistas, e porque o Motociclismo deve tanto à eles...
Bora curtir San Pedro de Atacama! Ihuuuu
#EstouNoCorvatschChile

















SEGUNDO DIA:
Acordar bem assim, só em hotel bom, nossa, tava precisando. E nem é caro, até mais barato que muitos hotéis ruins que fiquei.
Já levantei com vontade de conhecer o famoso Café da manhã daqui, rapaaa, é coisa de outro mundo, faz mais de 70 dias que não como tão bem assim, uma qualidade incrível. Tem muita coisa. É o tipo de café da manhã que não precisa almoçar.
Depois fui caminhar pelo lindo Pueblo, como eu gosto daqui! Não canso de ir nos mesmos lugares. Mas depois do meio dia, tem que se esconder do sol intenso!
Lá pelas 14h, a Idiana me chama para almoçar com eles, nossa, minha moral aqui tá boa kkkkk. Pensa num almoço top, acho que vou engordar de novo hehe.
Chegando a noite, muita festa e alegria pela cidade, é lindo de ver o movimento todo!
Amanhã, tenho um Tour aqui com o Corvatsch, para Termas Puritama, top!


 













TERCEIRO DIA:
Mais um café da manhã top no Corvatsch, nunca vou esquecer.
Caminhar por San Pedro é um prazer imenso, é diferente, parece que se está num filme com final feliz. Hoje andei por mais longe, para viver o regionalismo, ver os Atacamenhos de perto, enfim...
Hoje foi dia de Tour do Hotel Corvatsch, para o Termas de Puritama. Foi top, um lugar de águas que desce das montanhas pelo degelo, infiltra nas rochas vulcânicas e saem quentinhas.
Saímos às 13h e voltamos às 18h. Região linda demais.
Chego a tempo de ir curtir o por do sol mais lindo do mundo, na Piedra Coyote, não tem preço!
A noite, o Alberto Mostajo e Idiana me convidam para jantar num lugar muito bom em San Pedro, foi uma noite inesquecível, ao lado de pessoas maravilhosas!
Que Deus abençoe tudo e todos aqui!




































QUARTO DIA:
Peguei o dia para arrumar o blog dar uma olhada na moto, fazer câmbio para amanhã, Argentina, etc.
Final do dia tudo muda, fui caminhar pela cidade, começa a grande festa de Halloween! Wowww, que fantástico, nunca vi uma festa tão bonita assim, tipo, festa cultural, as crianças, que lindo, por todo lugar crianças e adultos fantasiados gritando: "Dulce o Truco", muito top. Porque no Brasil não há essa cultura tão rica?!!
As pessoas simples, moradores locais, esperam o ano todo por esse momento. Que rico! Acho que toda periferia e entorno de San Pedro de Atacama veio para o Centro hoje. Nunca vou esquecer isso!!
Dia 31/10, venham nessa data kkkk.
Amanhã, Paso Sico, para Argentina, preocupado com a altitude, tenho sentido mal acima dos 4000mts, aff. Mas vou levar umas folhas de coca.















UM ADENDO:
Essas abaixo são minhas amadas Botas, da Mondeo, rodamos juntos mais de 100 mil km, por todos os países na América do Sul e algo mais, as botas de um Motociclista são como seu troféu.

Eu sempre tive vontade de "Doar" esse meu troféu num lugar muito especial pela América do Sul, mas onde?
Me veio a mente 4 lugares: Ushuaia, Machu Picchu, Punta Gallinas e Atacama.

Escolhi o Atacama para deixar minhas botas, mais precisamente em San Pedro de Atacama, mais precisamente no Hotel Corvatsch. Mas porque aqui? 2 motivos:
- Será melhor preservado aqui do que deixar à "Deus Dará" pelo caminho qualquer;
- Segundo, porque o Corvatsch hoje é visto como um ponto principal aqui no Atacama para os Motociclistas (principalmente brasileiros), não só como um hotel, mas pelo o que esse pessoal aqui faz pelo Motociclismo. Qual MotoTurista não tem ou conhece alguém que tenha uma história com o Corvatsch, seja que foi ajudado ou recebeu apoio. Os donos, Motociclistas, a Idiana Gomes (brasileira) e o Alberto Mostajo Cortes (Chileno), são mais que simples donos de hotel, eles ajudam muita gente por aqui, pessoas acima de tudo muito humildes e cristãos!
Quem acompanha os fóruns e comunidades sabe do que estou falando. Eu mesmo sei de muitas histórias de brasileiros que tiveram problemas pelos Pasos Fronterizos e foram resgatados pelo Alberto, que na maioria das vezes nem cobra nada, ou mesmo que seja um desconto para ficar no hostel aqui (como eu já tive 2x). Acho realmente que seja um reconhecimento do Motociclismo para com esse pessoal também.

Além disso, vão até fazer uma utilidade para as minhas ex-botas, vão colocar elas penduradas numa parede e com um mural escrito algo sobre se você tirar uma Selfie com as Hashtags #BotasDoPresi e #EstouNoCorvatschChile, e postar nas redes, vai ganhar 20% de desconto nos Tours do hotel, legal, porque com esse desconto acaba saindo mais barato que nos outros lugares. E aqui eu conheço bem, só Vans novas, Almoço e Café da Manhã (quando estão em alguns Tours inclusos) são bem melhores que nos outros. Legal.
Agente não acha ruim descontos não kkkk.

(e não, a Mondeo não está me dando uma bota nova, o Corvatsch não está me patrocinando, a Claro tb não, sempre falo de pontos positivos e negativos de várias coisas que interessam ao Motociclismo, sem mimimi!) 




 * 76° DIA: 01/11/2018
     San Pedro de Atacama - San Antônio de Los Cobres - PASO SICO - 335 km
San Pedro de Atacama é mais um daqueles lugares muito difícil de sair, já com saudades de tudo, o Hotel Corvatsch até agora foi o melhor lugar que fiquei, preciso voltar aqui, é mais uma cidade, junto à AguasCalientes (Machu Picchu Pueblo), para ficar gravado na memória. Sou capaz de pegar uma cadeira, por numa ruazinha principal daquela e ficar sentado ali o dia inteiro, só vendo o mágico movimento! São pessoas, do mundo inteiro, vivendo um sonho, isso transborda energia positiva para todo lado, contamina o ambiente de felicidade!!!
Dessa vez não vou voltar pelo Paso Jama, vou pelo Paso Sico, um passo paralelo, off-road, muito mais difícil, na parte do Chile o asfalto é tudo muito belo, parando toda hora para curtir o Deserto do Atacama e suas belezas fascinantes.
Depois de vários Salares, chego na divisa, o asfalto acaba e vem o Off-Road, 11 km depois chego na Aduana, que é integrada, ninguém na fila, um lugar isolado, até os funcionários não ficam nos postos, saem dos cômodos particulares e vem te atender (fico pensando uma pessoa ser designada para trabalhar num lugar daqueles, devem ficar irados kkkk), fiz os trâmites de sempre, passaporte saída Chile, entregar o Permisso do Chile, depois carimbar passaporte Argentina, na Argentina não tem Permisso, então é só carimbar passaporte e ir embora.

Assim que sai da aduana, tem 2 caminhos, cuidado, o Google Maps errou no número da Ruta e sugestão de roteiro, na verdade, a Ruta 51 é dessa imagem que postei abaixo, o Maps sugere ir por cima, mas a estrada é muito ruim, foi o que me disseram na aduana, então peguei reto, por um caminho que nem aparece fácil no Google Maps, mas era o certo, inclusive várias placas indicando Ruta 51. O maps precisa corrigir isso.
Mas se esse é o caminho melhor, nem quero saber como é o outro kkkk, 90% do trecho é costela de vaca, 80% Rípio com cascalho e areia, me lembrou o sul da Patagônia, pela ruta 40, mesmo assim a viagem não rende, pois a beleza do local faz parar toda hora para fazer fotos e vídeos, pequenos rios, que descem da cordilheira, infiltram e sai pelas rochas vulcânicas, com água quente, um show de natureza, sempre rodeado de sal, nunca vi algo tão surpreendente!

Confesso que às vezes dava medo, pois eu encontrei somente uma caminhonete durante o dia inteiro, região isolada, quase sem vida alguma, alguma mineradora e só, é bom ter muita preocupação e atenção com equipamento, com a moto, para que nada dê errado.
Chego à Abra de Alto Chorrillos, muito alto, (ainda bem que não passei mal, mas levei folha de coca), muito lindo, serras e curvas, logo chego em Santo Antônio de Los Cobres, sempre quis passar e conhecer aqui, não dava muito por essa cidadezinha, mas é muito fantástica, estou amando aqui, é aquele tipo de cidadezinha, pequeno vilarejo do interior da Argentina, estou na Argentina, vou curtir Argentina! Ihuuuu.
Tem vários hostels, achei um por 50 reais, e fui comer algo. Estou cansado hoje, foi bem punk. Quase 12 horas para 335 km.
Amanhã, Tilcara, finalmente!

















































* 77° e 78°DIA: 02 e 03/11/2018
     San Antônio de Los Cobres - Tilcara - 330 km
Saí de Santo Antônio de Los Cobres rumo ao asfalto do Paso de Jama, 100 km de chão ainda.
80 dias pela estrada, já nem me importo mais qual Ruta é melhor ou não, até na areia com rípio já não tô nem aí.
Consegui pegar um caminho pelo Salar, mas a polícia me pediu para voltar pela Ruta alternativa, lá vai eu voltar quase 40 km na terra ruim. Faz parte.
Do frio de 6, foi para o calor de 34 agora.
Mas chego no asfalto, top, que vai para o Paso de Jama, lindo demais, fui à Salinas Grandes, fiquei um tempão ali curtindo a beleza, depois parti para a Cuesta de Lipan, outra maravilha da natureza. Purmamarca e finalmente, Tilcara!
Minha coluna tá bem arrebentada, só não quero fazer outra cirurgia, mas da para ficar de boa, sei me cuidar!

Bom, preciso falar sobre Tilcara, mas antes o Hostel Waira, do amigo Motociclista Vazco, como não amar aqui?!! Como o Corvatsch lá em San Pedro de Atacama, aqui é um lar, é do tipo cheio de coisas para se ver, fazer e apreciar! Até o café da manhã, que para os padrões argentino é top, a cozinha tem muita coisa para se usar também. Qual MotoTurista não conhece né?
Amo aqui, já morei aqui da outra vez que vim em 2016!!  Amargos e belos dias aqueles. Desastre em Volcán. Esta tudo detalhado aí na segunda parte da Expedição.

San Francisco de Tilcara ou simplesmente Tilcara é uma cidade argentina localizada na província de Jujuy. A população de Tilcara é formada por um pouco mais de 5.500 habitantes.
Situada à 2465 metros acima do nível do mar se encontra próximo as margens do Rio Grande e à Ruta Nacional 9, famosa!

Considerada a capital arqueológica da Província de Jujuy, onde existem vários museus entre eles um pertecente ao Instituto Interdiciplinar de Tilcara, considerado o mais importante nos assuntos. Umas das principais atrações de Tilcara, são as ruinas de Pucará de Tilcara, uma fortaleza construida no século 12 pelos omaguacas. Hoje as ruinas estão sendo parcialmente reconstruída e são consideradas Monumento Nacional.
Uma loucura, ver onde os restos mortais dos familiares eram enterrados dentro de suas casas, todo ano eles desenterravam, colocava comida e bebida e enterravam de novo kkk.

A cidade de Tilcara é bastante rica em cultura, lá se encontram vários museus de pinturas, esculturas e o Museu do Carnaval onde pode conhecer ao folclore do povo local e suas cerimônias. O calendário de festivais na cidade é intenso, existem várias atrações culturais. As festas da Páscoa, o Festival Popular e o Festival de Pachamana, faz com que a cidade seja visitada o ano todo.
Mas sinceramente... Venham para Tilcara em janeiro, o mês que acontece o Enero Tilcareño, uma das festas mais lindas que já vi!
Já bati muita perna aqui ontem e hoje. A noite o que é bom são os restaurantes com shows ao vivo, sem igual isso, aquelas músicas Incas que amo muito.
2 dias em Tilcara são muito pouco.
Comprei umas lembrancinhas aqui, pois são muito mais baratos que no Chile (e tem quase as mesmas coisas).
Aproveitei e lancei mais um vídeo no YouTube, top.
Outra coisa que Tilcara leva vantagem, tudo aqui é mais barato, comer bem aqui é muito barato.
Também lavei roupas, troquei óleo da moto, aqui há motul 5100, em frente ao posto, dei uma lavada na corrente, troquei o filtro de ar...
O filtro de ar: até aqui, carregava 2 filtros de ar, um para Off-Road, pois vive sujo, e outro para asfalto, como daqui até casa não vou mais pegar terra, troquei o filtro e joguei o sujo fora.
Amanhã, Salta.
Ha, o Vazco agora tem um hotel em Salta também, boas notícias para nós Motociclistas, amanhã chegando lá vou fazer um review!
Contagem Regressiva para chegar em casa, 1 semana, não sei se fico triste ou alegre.
Bom, volto para o Waira final de noite, e o Vazco prepara uma surpresa, ele trouxe de Salta uma picanha especial e estava assando para me esperar lá, como não admirar isso?!! Kkkkk 80 dias sem comer uma carne de verdade e agora isso, para fechar, um vinho muito especial da região de Cafayate, uma loucura de vinho, não poderia encerrar melhor, na companhia agradável dele e sua esposa, finalizamos uma linda noite, com um "Dia Peronista"!!!
Obrigado amigo!



























































* 79°DIA: 04/11/2018
     Tilcara - Salta - 200 km
Domingo, parto de Tilcara, mais uma cidade marcada com tristeza ao sair, mas tenho que seguir, vou rumo à Salta, pelo caminho a ruta 9 da Quebrada de Humahuaca, é muito lindo, vou devagar para apreciar a paisagem dentre às cordilheiras, chego em Volcán, onde me recordo de 2016 quando passei aqui durante a noite, na tragédia, foi muito tenso, e agora rever tudo, ainda há muitas cicatrizes da tragédia aqui na cidade.
Chego à grande São Salvador de Jujuy, e pego a famosa continuação da ruta 9, aqui apelidada de "Cornisa", bem diferente, engraçado que a geografia muda totalmente daqui para frente, do deserto, pego o clima tropical, úmido e chuvoso, dentre as matas selvagens, muito lindo, muito diferente, a estrada às vezes tem só 3mt de largura, muito estreita, muitas curvas fechadas, para quem tem pressa, não recomendo passar aqui!
Chego em Salta, grande capital, bom que é domingo, mais sossegado. Vou direto para o hotel do Vazco, sim! O Vazco, do Hostel Waira em Tilcara, tem outro hotel aqui, e bem no centro, perto da Plaza 9 de Julio, ótimo isso, tem garagem, banheira, café da manhã,
"Hostal Bernardo Salta". Não poderia ser melhor! Agora para os Motociclistas que vier para a região tem essas 2 opções!
O Vazco, Motociclista, é famoso no meio também por ajudar muitos Motociclistas também, é do tipo que sempre terá crédito com o Motociclismo!
Bom, depois de um banho, fui passear pela linda Salta, muitas igrejas antigas, um show de arquitetura, me lembrou muito Santiago, até o hotel e o bairro. Na Plaza, muita gente, muita arte e regionalismo. Show.
Meu último domingo na expedição... Aiai.
Agora é voltar para casa, não há muito o que ver pelo caminho. Amanhã, o famoso Chaco, terrível calor e retas intermináveis!
Dica: Se vier só para o Atacama, o melhor lugar para comprar lembrancinhas é em Tilcara, metade do preço de toda região, Chile tudo mais caro!
















* 80°DIA: 05/11/2018
     Salta - Presidência Roque Sáenz Peña - 640 km
Salta é praticamente a última cidade turística de minha expedição, pois agora voltar para casa é só por caminhos e cidades comuns, sem muito para ver.
Logo chego ao famoso Chaco, uma região na Argentina famosa por ser de muito calor e retas intermináveis, são quase 600 km de retas que no final dão muito tédio, na maioria é boa, com um pequeno trecho em condições ruins, mas nada de mais.
DICA DO PRESI:
Quando vierem para Argentina e Chile, procure nas Lojas de Conveniências de postos esse suco de laranja como na foto abaixo, nunca vi igual, rodei muito para achá-lo novamente aqui na Argentina, é diferente de tudo que você já provou. Não entendo porque no Brasil não pode ter ótimos produtos baratos e saudáveis assim.
São só 8 laranjas com gominhos!
Ótimo para enfrentar o famoso Chaco, 650 km de retas intermináveis à um calor de quase 40 graus, vamos lá!
Acaba sendo um dia cansativo, pois o calor e o tédio dão muito sono, e mais tarde tive que parar de novo num posto para tomar um café (apesar do calor), dar uma acordada!
No caminho, muitas motos, muitos brasileiros, indo e voltando. Encontro 2 amigos, gente fina eles!
Há muitos postos de gasolina, sem problemas. Logo chego à Presidência Roque Sáenz Peña, cuidado, moto não pode andar na pista central da rodovia, como lá em Corrientes e Resistência (ridículo isso né).
Fui à um hotel que já tinha marcado no Google Maps, que o pessoal do VMAS comenta muito, mas quando chego no hotel é 4 estrelas (Hotel Atrium Gualok) 1.400 pesos argentinos (uns 170 reais), não dá para ficar, não é para mim, Infelizmente, um dia ainda quero ficar num hotel de luxo desses!
Fui atrás de outro hotel, há muitos. Achei um hotel Orel, por 60 reais, foi o mais em conta que achei, com garagem, ar condicionado, pois o calor aqui é intenso, depois saí para comer algo, pois já estava ficando de noite, cheguei tarde aqui, faz muito tempo que não como arroz e feijão, estou com muita vontade de comer um arroz e feijão puro, aqui não há isso muito fácil!
Presidência Roque Sáenz Peña é uma cidade grande, mas aconchegante, me lembrou muito Arroyito, massa. Uma coisa que me chamou muita atenção aqui: muuuuiiiita mulher bonita, olha... Aqui é top kkkk















* 81°DIA: 06/11/2018
     Presidência Roque Sáenz Peña - Asunción (Paraguay) - 490 km
Bom, vou saindo da Argentina já com tristeza, faz parte.
Novamente, Chaco, retas e retas, em Resistência, pego a esquerda, subindo a Ruta 11, mais retas, dessa vez sem sol, sem calor, havia chovido muito a noite, tempo ótimo. Uma Ruta muito linda, sempre gostei da 11, passei por aqui 3x. Campos lindos e floridos, show.
Chego na divisa, fazer Aduana, simples, são integradas, rápida. Só carimbar passaporte, sem Permisso de ambos. Fiz câmbio ali mesmo na rua e fui abastecer no lado Paraguai, meu primeiro susto, gasolina à R$ 7,80 (meu câmbio não foi bom também). Fui para a capital, Asunción, procurar hotel barato.
Mas vou falar hem, rodei 35 km dentro da enorme Asunción procurando hotel, não achei, como pode?! Google Maps, booking, taxistas... Até então Antofagasta tinha sido a cidade mais difícil para achar hotel, mas aqui... impossível!
Cansei mais rodando aqui dentro do que viajando dia todo. (Tá, existem, mas não estavam para mim, os poucos que achei foram acima de 250 reais, naaahhhhh) Tive que sair para a saída da cidade, achei um motel "come em pé" por 120 reais e não reclama não kkkk
Tô falido kkkk, não dá para procurar mais, chuva fina e calor... Desisto!
Saí para comer algo por perto, nem isso tive sorte, só achei um tipo de sanduicheria, muito fraco e caro também R$ 42 reais num sanduba com fritas pequenos e só tinha coca para beber, aff!
A primeira coisa que vou fazer quando chegar no Brasil é ir numa churrascaria, haaaaa vou! Kkkkk
Amanhã vou tentar ir ao ponto central da América do Sul, bora rodar!











* 82° à 85° DIA: 07 à 10/11/2018
   Asunción (Paraguay) - Goiânia (casa)
Paraguay é famoso pelas Barreiras das Polícias corruptas, são muitas, mas não me pararam nenhuma vez (também nem tava ligando para isso), não quer dizer que não exista o fato. Aliás, em lugar nenhum da América do Sul tive problemas com a lei ou corrupção. É como andar no Brasil. (a diferença é que no Brasil as leis de trânsito são aplicadas e cobradas com mais rigor, como no Uruguai e Chile).
Paraguai é interessante... 
Li muitos relatos de Motociclistas que vieram e se deram mal, outros adoraram, então, é relativo. Venha e viva sua experiência.
É um país de muito verde, muita agricultura, muito pântano, uma regionalidade linda e incrível.
Pare, converse com as pessoas, viva o momento, e tire o positivo de tudo, assim seu dinheiro e tempo terá sido bem aplicado. O paraguaio (em geral, não posso generalizar) é um ser muito humilde e legal de conversar. 
Outra coisa que me chamou atenção, foram os tantos postos de gasolina, putz, eles têm medo de um apagão mundial é? Kkk Massa!
Ignorem meus relatos pessoais como regra, não é por aí. Se meu câmbio foi ruim e/ou não tive sorte com hospedagem e preço de combustíveis, não quer dizer que o seu será também. O combustível quanto mais se aproxima do Brasil vai barateando!
E convenhamos, 1,5 tanque você atravessa o Paraguai, e se quiser, atravessa o Paraguai sem precisar dormir aqui. Pelo caminho, nos meios, há muitos hotéis, muitos mesmo! Achei mais legal que na grande capital, não ficaria novamente na capital.
Não consegui chegar bem ao ponto exato do "Meio da América do Sul", fica em Fuerte Olimpo, na verdade é uma região pantanosa muito ruim, não há acesso para lá. Fui até onde consegui (que mesmo assim é longe de lá) e registrei para um vídeo clip que irei fazer. 

Em Pedro Juan Caballero (divisa com Brasil), pude relembrar 10 anos atrás quando estive aqui num encontro de moto, digamos que aqui em Pedro Juan foi onde tudo começou, onde pude admirar a fascinante cultura e regionalismo latino, de lá para cá, foi viver tudo isso.
Da divisa para Goiânia, não tem muito a dizer, só o lamentável fato que minha moto estava fazendo 31 km/lt com a gasolina de fora e no primeiro tanque que coloco no Brasil, cai para 23 km/lt, triste isso.
A chegada em Goiânia, foi num sábado, na Belcar Motos, foi muito top, muitos amigos me esperando, fizemos uma festa lá, obrigado a todos!
E obrigado a você que me seguiu até aqui, tamu junto!
Agora tenho muito trabalho para fazer, organizar milhares de fotos e vídeos de 3 equipamentos, organizar todo o blog, começar na edição do documentário e só depois começar no meu Livro.
abraços a todos e muito obrigado, que Deus esteja conosco!

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Um dia eu disse que iria rodar por todos os países na América do Sul, em 3 partes, de preferência com motos de baixa cc...
Alguns riram de mim.

CONSEGUI!
Todos os 13 países na América do Sul, de Moto, sozinho e os 4 Extremos Continentais da América do Sul (e o ponto central).
Não foi fácil, mas qual sonho o é?
Ver a morte de perto várias vezes, não é nada glorioso. Sair ileso sem nenhum acidente ou tombos, não é ser bom, é ter tido uma super proteção divina até aqui.
"Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma"

Mas não fiz por eles, fiz porque a única coisa que levamos para o Plano Maior é o que aprendemos aqui, o que vivenciamos, sentimos e com isso corrigimos nossos erros e egos. Não levamos para o céu dinheiro, poder, status, moto grande e cara (não estou dizendo que é errado ter motos caras).

Viver de perto os regionalismos e culturas não tem preço. Saber respeitar e admirar os povos e seus costumes, suas riquezas e humildades, como vivem, como sofrem... É só o que importa.

E não, não sou melhor que ninguém porque fiz esse feito, sou só mais um apaixonado pelo Motociclismo, como você, nada nos difere. Somos Todos Iguais. Sem demagogia, sem estrelismo, sem maioridade.

Mas não acabou, está apenas começando...
Deus no comando, que Ele nos abençoe!


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MAPA/ROTEIRO:
Segue o link do Google Maps de todo esse roteiro que fiz, usei um aplicativo no celular "Geo Tracker", que vai registrando todo lugar que passei, assim dá para usar depois para várias coisas, na imagem abaixo, seria a rota em vermelho, segue:
https://drive.google.com/open?id=14VKoZBsWcbCrDthb9akMnYPdd7Hx1vhb&usp=sharing


 

Veja o Documentário!


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